Realizamos, no dia 9 de junho, uma oficina de “Comunicação Não Violenta e Cultura do Diálogo” na EMEF Primo Pascoli, em São Paulo, com cerca de 70 professores.
A oficina foi conduzida por Iuri Storch e Rosane Schikmann, do Instituto Bem-te-vi.
Tivemos uma produtiva manhã de reflexões e exercícios práticos a respeito de como os professores podem lidar melhor com os conflitos na escola, seja com os alunos, com os pais ou com os próprios colegas de trabalho.
Evidenciamos como a comunicação exerce um papel fundamental na construção das relações, e como muitas vezes uma comunicação violenta, permeada com julgamentos, provoca comportamentos agressivos nas outras pessoas. Desta forma, procuramos mostrar que o conflito é co-construído, e que, portanto, uma atitude de auto responsabilização é necessária para aqueles que desejam transformar suas relações de conflito.
Convidamos os participantes a desenvolverem um olhar sistêmico para o conflito e a violência na escola, por tratar-se de um fenômeno complexo que envolve a dimensão interpessoal, a dimensão intrapessoal e a dimensão estrutural.
Exercitamos a prática da empatia e da auto empatia, mais especificamente no que diz respeito a reconhecer sentimentos e necessidades, a partir de situações reais vividas pelos participantes, incentivando uma intenção e um esforço para compreender ao outro e a si mesmo, sendo este o primeiro passo para a resolução dos conflitos e para a humanização das relações.
Mostramos, por exemplo, um dos elementos da Pedagogia Sistêmica, que é a importância de o professor respeitar o lugar dos pais, e de os pais respeitarem o lugar do professor, evitando qualquer forma de desqualificação mútua.
Utilizamos a base teórica da Disciplina Positiva para compreender as necessidades humanas por trás de comportamentos desafiadores dos alunos, por exemplo a necessidade de poder, que frequentemente leva à disputa por poder entre professor e aluno. Desta forma, propusemos uma mudança de paradigma na relação de autoridade entre professor e aluno, para que o respeito e a colaboração que o professor deseja por parte do aluno seja motivada não por medo ou culpa, e sim por uma vontade de contribuir positivamente com o bem estar dos demais.
Abordamos algumas estratégias de atuação para fortalecer a busca de soluções de convivência por meio do diálogo: com os alunos, com os pais, e entre os próprios profissionais da escola.